sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Alguém já saltou de um ônibus em movimento por você? Por mim já...

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Não nos ateremos à narrativa desta estória/história. Não nos ateremos ao fato de que, sim, alguém pulou de um ôibus. Sim, o ônibus se movia. Não. Aqui gostaríamos de narrar a série de acontecimentos que nos levam praquele exato momento em que uma menina salta de um ônibus em movimento.

Imaginem a forma da dor.
Imaginem que isso invade a sua alma. E que não existe remédio no mundo pra isso que vocês sentem. Todas as cervejas do mundo poderiam ser bebidas. Todos os cigarros do mundo poderiam ser fumados. Todas as drogas do mundo poderiam ser usadas. E a forma ali. Permeando tudo.

Isso, apenas, poderia fazer com que alguém saltasse de um ônibus. Mas não. Não foi por isso.

Vejam, a dor é superestimada.

Quando a menina finalmente resolveu que "ok, tudo bem sofrer, mas isso está ficando ridículo", foi que as possibilidades e o evento do ônibus puderam acontecer.

[Se hoje eu tenho unhas pintadas de vermelho e escrevo a palavra saudade mais do que o habitual. Se hoje eu tento diminuir o número de cigarros e rio sozinha durante o dia. Se hoje eu agradeço à tecnologia. Bem, tudo isso é culpa sua.]

A menina disse pra si mesma: "garota, você tem que parar de querer ser rock´n´roll. sua alma fica melhor bossa nova". E então ela encontrou toda a bossa de que precisava. E com bossa nova, acreditem, veio a coragem. Por coragem entenda-se ter dito para outra menina, numa madrugada fria e esquisita, que ela - a menina rock´n´roll - ia beijá-la. E a outra menina - que era meio bossa nova meio samba - deixou.

E esse é o primeiro evento que desembocará no ônibus em movimento. E numa menina que salta desse mesmo ônibus em movimento.

[Eu não consigo fazer uma canção. Mas se eu tento é porque você gera música em mim. Por todo o meu corpo. Aonde existia apenas a disformidade da dor.]

eu peço licença. mas este texto eu preciso terminar - ou não - assim:

TO BE CONTINUED

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