terça-feira, 7 de agosto de 2007

A menina tenta. Tenta em vão. Tenta não desistir.

But I don´t feel like dancing. No sir, no dancing today.

A menina que agradecia. A menina que fumava. A menina que acreditava um pouco no mundo. Que comprava aquelas coisas de limpar o vidro do carro. Não senhor, não dançaremos hoje. A menina tenta.

E escrever peças de teatro. Uma que comece do final. E na qual não existam parâmetros. É só sobre amor, entende? Não é sobre futuro. Só sobre amor. Eu nunca chorei nos braços de outro alguém do modo como chorei nos seus. Está aí uma boa frase de efeito. Pena que não é minha. É de uma canção do The Dears. 22 - The Death of All the Romance. A morte de todo romance. Apressar o amor não leva a lugar nenhum. Uma peça de teatro. Começa pelo fim. E por isso não é sobre futuro. Sobre amor. Sobre amores e partidas. Sobre partidas. De xadrez. De ping-pong. A sua. A minha. Uma peça com trilha sonora boa. Porque todas elas são assim. Uma trilha sonora boa. Uma trilha sonora boa sobre amor. Quando é que a gente vai aprender que apressar o amor não leva a lugar nenhum?

A menina escreve um filme por dia. Um filme por dia na sua cabeça. Com diálgos e frases de efeito. Coisas que não funcionam bem num papel. Mas o que é que funciona bem no papel? Fasting love will lead us all to nowhere.

Essa deveria começar pelo fim. Porque, eu sei e você sabe, os finais quase sempre não são boa coisa. Todo bom final é triste ou redentor. Este deve ser triste. Para que alguém. Para que alguém, ainda que não do elenco. Alguém possa gritar eu devo vingar a morte de todo romance. I shall. Então, começa-se pelo fim. Porque se o fim está no começo. O que está no fim é o começo. E todo começo presta pra alguma coisa. Nem que seja pra tocar Mushaboom da Feist, que é uma música muito feliz. Dessas boas de dançar. Dessas que não servem para finais tristes. Talvez um final redentor. Então está tudo ao contrário. O fim é o começo e vice-versa. Muito bem. Muito bem. But I don´t feel like dancing. No sir, no dancing today.

Uma frase de efeito para o final do texto. Dou-lhe uma. Dou-lhe duas. Dou-lhe três. Não, nenhuma. Não senhor, nenhuma. Sem frases de efeito para términos. De textos e de relações. Terminemos com o começo. E por que não? A maioria das coisas começa, logo, termina em "oi, tudo bem?"

A menina tenta. Tenta em vão.

Oi. Tudo bem?

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