(a menina bebe. com uma mão a cerveja. com a outra uma pinga qualquer. a menina reveza goles. agora que os cigarros não bastam para ausência de ações para mãos. então reveza.)
o idi vai tomando o lugar todo reservado ao superego. o idi é muito espertinho. ele sempre ocupa mais espaço. depois que a sessão de revezamento acaba o idi, maldito espertinho, deixa um buraco.
(a menina parece ignorar a aproximação do idi. ou então finge ignorar.)
ela diz: "ainda não estou pronta pra desistir de você."
ela diz: "é preciso flores!"
(a menina desiste de beber a pinga qualquer. reveza as mãos apenas em cerveja e cigarros. mas já é tarde. agora é o idi quem fala.)
às vezes é necessário fazer o coração parar de bater e aceitar qualquer coisa amena. às vezes é necessário esquecimento. às vezes é necessário lembrar. lembrar que é necessário esquecer. to let go. às vezes é necessário aceitar que os rumos que as coisas tomam nem sempre são aqueles que a gente deseja. às vezes é necessário sufocar os sentimentos, mantê-los bem lá no fundo. com o tempo eles aceitam esse lugar de memória. é necessário parar de escrever. é necessário parar de ler. é necessário parar o mundo.
então por que tudo isso parece impossível além de necessário?
por causa do vento que vai lá fora.
e você vem?
não.
(a menina desiste da cerveja. apaga o último cigarro. afoga o idi. e recomeça.)
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