quinta-feira, 25 de junho de 2009

se você acha tantas coisas sobre como vai ser. sobre como seria. e desprezando aquilo que realmente foi, eu daqui acho também.

acho que eu diria pouquíssimas coisas. talvez eu fumasse um cigarro. ou então mantivesse as mãos nos bolsos, na ausência específica de ações para mãos. é. pessoas como você ou momentos como esse me deixam assim, sem saber o que fazer com as minhas mãos.

acho que eu diria que tudo bem. que tudo fica bem eventualmente. inclusive eu. inclusive você.
não sei se eu beijaria a sua testa ou te abraçaria de volta. às vezes tocar me constrange. e às vezes tocar me deprime. não sei qual seria o caso. tenho essa tendência de não encostar muito nas pessoas, especialmente quando elas estão indo embora.

a gente se despede simplesmente dizendo "tchau. a gente se vê." porque nem eu nem você gostamos de muito alarde. então trataríamos a coisa com uma artificialidade natural. e realmente nós nos veríamos. nós nos veremos. inevitável que seja assim.

e você estará bem. e eu estarei bem.

eu vou perguntar se você já assitiu ao filme do woody allen. você, se disser que sim, vai me explicar o quanto se identificou com aquilo. eu vou dizer que já esperava. então você vai me perguntar se eu finalmente li o texto do David Foster Wallace. eu vou dizer que sim. e que você tinha razão. é cruel.

como foi cruel uma vez aquele tempo em que a gente disse: "tchau. a gente se vê." e que tudo isso agora é só uma lembrança. eu vou te pagar uma cerveja. e a noite vai te levar embora de novo. mas dessa vez sem grande estardalhaço ou qualquer tipo de sofrimento. e será um desses encontros amenos. mas com uma profundidade oculta que só eu - talvez você - vai notar.
e fica tudo bem.

acho que vai ser assim.

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