sexta-feira, 10 de abril de 2009

Para a garota que deixou tudo...

O baque, ela disse, não foi tão forte assim.
O poder de convencimento que ela possuía se localizava no ombro esquerdo. Não no direito como tantos pensavam.
Então era isso.
O poder de persuasão, de convencimento. Localizava-se no ombro esquerdo.
E ela havia deixado a bicicleta para trás.
As pessoas insistiam em relembrar a bicicleta. Todas aquelas pequenas estórias da bicicleta.
Mas já havia se passado mais de cinco anos.
E ela havia deixado a bicicleta para trás.
Embora os outros não deixassem. Ela havia.
Como havia deixado todas essas estórias - das maiores às menores - para trás.
Aquelas da depressão. De amores frustrados. De amores violentos. De saudade de colares de conta. De estórias de maracatu.
Ela havia deixado ela mesma para trás.
Mas agora mantinha o sorriso quando chegava em casa às onze horas da noite.

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