terça-feira, 28 de abril de 2009

FIM DO I ATO

CENA 1, II ATO

(vamos fingir que a gente não existe?)

(a menina tinha na mão esquerda uma daquelas garrafinhas de coca-cola. na direita um marlboro vermelho apagado.)

A cena se passa em Curitiba, no Largo da Ordem. O céu está dividido em tons de violeta. As nuvens parecem de algodão. Algodão apenas. E não algodão doce. As palavras fluem dos ombros, passam pelos braços e punhos e deslizam para o teclado pelos dedos. Apenas seis. Não sabe usar os dez para digitar.

Uma garota irá dizer que também não é possível viver sem água. A resposta será um vácuo.

(a menina agora pensa que a garota tem razão. mas sobrevive-se até 4 dias sem água. enquanto que sem ar apenas uns 4 minutos. vai pensar. mas não dirá.)

Existe, realmente, muito a ser dito. No entanto o que existe já é tanto mais forte.

Sim. O II Ato começa com sims. Não o jogo de computador. As afirmações.

Se você vier eu conto só pra você que as minhas flores preferidas são margaridas e que se um dia eu vier a casar será com um buquê delas.
Eu te conto que eu sei que eu não devia usar te com você.
Eu te conto que eu não me apego muito a esse tipo de coisa.
Eu te conto que fumo o cigarro que eu fumo só porque é mais cênico.
Eu te conto que uma das minhas coisas preferidas no mundo é andar de mãos dadas.
Eu te conto que eu sempre ouço música na minha cabeça em momentos bonitos ou tristes.
Eu te conto que eu costumava imaginar uma câmera me filmando o tempo todo na minha sitcom particular.
Eu te conto que muita coisa já se passou e que o mundo se abre das maneiras mais inesperadas.

Olha pro céu. A textura é formidável.

2 comentários:

Reka disse...

Juro que li "a textura é fornicável". Hihi.

Anônimo disse...

seria um sitcom com um Q de melancolia, daí não vale. mesmo quando a alma não é pequena.