sábado, 18 de julho de 2009

Estar em algum lugar e não estar.
Fingir que tudo anda bem.
Ouvir canções que falam sobre amor não correspondido no último volume.
Desacreditar que se morre de alguma doença estranha depois de 39 graus de febre.
Nunca mais dizer que o coração vai se partir.
Especialmente, nunca mais dizer que o coração vai se partir em 28 pedaços, iguais ou diferentes.
Olhar para as pessoas e realmente enxergar algo de bom.
Ingerir substâncias tóxicas para o organismo em grandes quantidades.
Assistir aos filmes mais idiotas e aos filmes mais incríveis todas as semanas.
Sempre agradecer o gesto mais mínimo de gentileza.
Rezar como quem dança ou sorri.

Nada disso adianta pra porra nenhuma do que eu sinto agora.

(a menina parou de pronunciar o impronuciável. garantiu a si própria que o coração era um baiacu. um coração venenoso. um coração venenoso que não podia mais permanecer.)

Nada disso adianta pra porra nenhuma do que eu sinto.

(este canivete foi feito na Alemanha. a lâmina é muito afiada. normalmente ele é utilizado para castrar animais de grande porte.)

Nada disso adianta pra porra nenhuma.

(menina e canivete se encontraram definitivamente apenas uma vez em toda uma extensão. nessa ocasião o canivete se sentiu realizado. a menina um pouco menos.)

Nada disso adianta.

(ao som de uma canção de amor. estando e não estando. rezando como quem dança ou sorri. depois de uma febre de 39 graus. um coração que é mais um baiacu do que um coração. uma oração. apenas. um canivete. uma menina. o indizível. o que não há remédio.)

a oração:

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